quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Rugas


(Pés que andam pela vida’, Jesus Fernandes, 2009. Em www.olhares.aeiou.pt)



Um lar é uma casa não-vazia de afectos. Onde recordamos e imaginamos os nossos últimos momentos felizes. É uma sombra vadia e efémera, mas que fica em nós, entranhada, como se vivesse cá dentro e tivesse pago bem, para aí ficar. É um sítio - não, um local - bem arquitectado pela gente que existe e vive e onde, principalmente, as dores não têm memória. Onde se sente a recompensa de permanecer jovem, ao mesmo tempo que se dá sentido às rugas.




Cláudia Alves

3 comentários:

Kamon disse...

És mesmo sedentária, querer ficar na mesma casa até ao fim...

Bem pelo menos, já aprendeste alguma coisa comigo, embora seja apenas o significado de sítio e lugar...
Amo-te, como sempre está ao nível a que me habituaste.

Anónimo disse...

O meu preferido de todos o que postaste aqui até agora. A última frase deve ser a melhor definição de lar que já li.
Ensina-me. :P***



Pedro

Maggie disse...

Gosto do texto, mas infelizmente(?) não me identifico.

A minha casa não tem muito para contar, nem guardo lá muitas memórias. Gosto de explorar o mundo =D