domingo, 29 de novembro de 2009

É de Pequenino Que Se Torce o Pepino



Marta Jacinto
(Eu a tentar tirar uma fotografia com uma embalagem de um rolo fotográfico.
Foto tirada pelo meu pai: Jorge Jacinto)
A má qualidade deve-se à digitalização.

sábado, 28 de novembro de 2009

Geração X

A Infância para o falso messias aconteceu, teve essa felicidade e por isso muitos o julgam. Não sabe o que é a vida! Dizem uns, é um problema geracional, dizem outros. Pese embora a óbvia evolução mental da humanidade, as invejas não desaparecem, até se tornam muito evidentes, principalmente quando elas inesperadamente vêm da nossa própria família.
Como pode um avô acusar um neto de desobediência paternal, apenas porque não começou a trabalhar aos sete anos e devido a isso contra-argumentou com a tão chamada evolução civilizacional? No fundo, o avô do falso messias ama-o, mas o peso do trabalho é exasperante. E felizmente houve evolução e todos conseguimos viver com isso, hoje.
Tiago Gameiro

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sonata à Infância


A idade de menino e moço fora vivida rapida mas intensamente, quando os campos eram verde-esperança e os céus azul-limite. Nada existe para nos fazer parar de sonhar quando tudo é belo, e ele não tinha travões por baixo daquele boné. Corria muito durante o dia por campos e vales, cidades e montanhas, luas e desertos. Vivia, vivia, e mais vida tinha, lançando os "porquês" a quem ouvisse, e os poderes mágicos a quem neles acreditasse. Todas as noites havia um Pan que o levasse a voar, quando as luzes se apagavam e o cenário desaparecia, porque era tudo escuro e ele fazia do nada plasticina que moldava em terras do sempre. E que sorriso, que cheiro a borracha, que arranhão lindo no joelho e que mundo o dele!


Então porquê? Porque se foi o menino, e para onde? Eu queria dizer que ele fugiu para longe, que encontrou a sua ilha e por ela se aventurou. Queria que ele tivesse fugido por entre as searas para colher novos aromas e sujar a boca de frutos nos pomares de uma terra longínqua. Mas acho que o afogei e matei. Deixei-o à deriva nas areias da grande ampulheta, e nem me lembro do dia certo em que o fiz. Mas oh se estou arrependido... Que desde esse dia os brinquedos se tornaram armas, os sorrisos se tornaram conveniências, os sonhos se tornaram guerras e os "porquês" sabem a vinagre. Já não voo de noite. Já não tenho plasticina em casa.


Menino e moço, minha flor na tua campa, e teu espírito em mim para sempre, que para sobreviver no real, a imaginação torna-se a cura que já nem nós próprios sabemos aplicar.



Pedro Antunes

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Gymnopédie Nº1, de Satie


Eu, as minhas sandálias vermelhas e o mundo nos pés. Eu, pequenina a sonhar ser grande (antes de eu grande, demasiado pequena). O trigo solarengo e as casas das árvores para onde, um dia, iria morar e desaparecer. Os retalhos de cores espalhados pela relva, pela terra, pelo céu, pelas minhas sandálias e pelos brilhos de purpurina na cara. As pernas, incansáveis nos caminhos que percorremos juntos, mais alegres e quentinhos com os teus beijos e mãos dadas, com a alegria da certeza do Para Sempre esculpido com mil cuidados na terceira árvore, a contar como quem vem do rio. Os abraços engavetados nos intervalos dos jogos da macaca e do Mamã dá Licença. Não queríamos crescer nunca, apesar de não o sabermos. Nunca usámos relógio.

Guardei uma folha de Outono durante vinte anos. Como se o Verão não voltasse nunca mais, como se me decidissem deixar crescer e a ti não, porque tu ficas para exemplo do mundo. Como se eu soubesse que a terceira árvore, a contar como quem vem do rio, seria a primeira a ser decepada e os retalhos de cores fossem roubados pelas andorinhas sem coração ou pele macia. Mas tu lá, sempre. Como se o mundo deixasse de estar nos meus pés e as sandálias vermelhas deixassem de me servir. Tu lá, sempre. Os (a)braços todos do mundo cortados e eu e tu, nunca mais juntos. Mas tu lá. O relógio continuou sem nós.

Mas hoje sei que ganhámos ao tempo, crescemos e fomos felizes. Hoje estou grande e feliz por te ver com braços ainda vivos e estendidos para mim. Com um sorriso que ilumina e enche de cor toda a mágoa que é crescer. Somos pequeninos outra vez, eu tenho sandálias mais crescidas. Vermelhas. Com os pés no mundo e o trigo solarengo, mais brilhante e quentinho com os nossos passos cúmplices, lado a lado, como numa música com final feliz.
Cláudia Alves

Infância - Exercício de tradução, tentando manter o sentido e rima/musicalidade. Alemão-Português.

Aus der Bohne und in das Licht
ein Wesen mich zu gehen drängt
für die selbe Sache und das alte Leid
meine Tränen mit Gelächter fängt
und auf der Matte fault ein junger Leib
wo das Schicksal seine Puppen lenkt
für die selbe Sache und das alte Leid
weiß ich endlich hier wird nichts verschenkt

Aus der Bohne und in das Nichts
weiß jeder was am Ende bleibt
dieselbe Sache und das alte Leid
mich so langsam in den Wahnsinn treibt
und auf der Matte tobt derselbe Krieg
mir immer noch das Herz versengt
dieselbe Sache und das alte Leid
weiß ich endlich...

Ich will ficken

Nie mehr das alte Leid

Rammstein - Das alte Leid

_________________


Desde a semente até a luz clarear

Sou levado por um ser a movimentar-me

Pela mesma coisa e pelo antigo pesar

Que entre sorrisos em lágrimas quer aprisionar-me

No tapete apodrece um jovem corpo

Onde marionetas são controladas pelo destino

Pela mesma coisa e a velha dor

Sei finalmente que aqui nada é oferecido.


Desde a semente e até ao nada

O que sobra no fim toda a gente sabe

A mesma coisa e a velha mágoa

Leva-me devagar para a insanidade

E no tapete a mesma guerra tem seguimento

E faz-me sempre arder o coração

A mesma coisa e o antigo sofrimento

Sei finalmente:

Eu quero foder


Nunca mais o antigo sofrimento



Eduardo Rilhas

(peço desculpa pelo atraso mas não tinha ideias ontem)

domingo, 22 de novembro de 2009

You'd Bleed 'till The End Of The World But You Won't Ask For Help And I'll Miss You For That.

Nepotřebuji, abyste mi porozumněli, protože nejdůležitější je věci číst.
Nejdřív je musíte přečíst a potom se můžete pokusit je pochopit.
To je právě důvod toho, proč píši v jiném jazyce.
Chci zjistit, jestli se alespoň trochu snažíte číst mé myšlenky.
Pokud tomuto nerozumíte a pokud vás to zajímá, pokusíte se text přeložit, nebo se mne alespoň na něj zeptáte.
To je vše co chci.
Chci jen, abyste se mne zeptali, ať už na cokoliv.
Jen potřebuji abyste se o mne starali, protože já se starám o vás.

To je vše, co chci oznámit. Mějte krásný den. =)
Marta Jacinto
...

Special Thanks To:
Vít - who translated this for me
Dadinho - because he was really kind this week, you know what I mean. The one who really appreciated my work. And I'm only posting because he asked me, and this was a surprise for him. And don't danke schoen me xD

I can show you the original version of this text in english, if you are interested in.

Music on the title: Hills Have Eyes - For You It's a Bloody Day
(listen please)

sábado, 21 de novembro de 2009

Crónicas do Falso Messias: Converter

Há uns tempos atrás, o falso messias tinha a sensação de sempre que abria a boca, alguém puxava o autoclismo. Por isso, a sua auto-estima enfraquecia e os seus ensinamentos não eram seguidos, até que um dia conheceu uma rapariga, que hoje é sua namorada. Não voltou a pensar em reservatórios.


Tiago Gameiro

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

No signal


Mil megafones não chegariam para te gritar o meu coração. Tu tapaste os ouvidos, arrancaste os tímpanos, cobriste essa alma com os lençóis brancos com que se tapam os mortos daquela forma tão romantizada e fria que no fundo significa mais "descansa em paz" que "viverás para sempre". E agora? Queres que pensem que morreste? Ou queres primeiro a autópsia?


Será a minha capacidade de comunicar que está cada vez mais abalada? Serei eu o surdo? Que nos sirva a linguagem gestual então, diriam peritos, amen, mas eu não te percebo os gestos e tu abraças os meus e acaricia-los para depois os contrariares e anulares com aquele toque só teu, aquela maneira que dói tanto. Próxima opção? Escrever no papel? Possível, embora onde vives já não se entreguem cartas. Além disso, como não camuflar as palavras, como fazer duma caneta uma boca, como fazer do papel minha voz e como tornar a tinta no sangue que bombeia pelos esquemas labirínticos da alma?


Seja.

Lenço branco ao vento. Mão a acenar na distância. Costas de um vulto que se afasta (olhando para trás, porra, como quem sabe que havia muito mais a ser dito e feito, não olhes, vai, desaparece). E ficamos assim. Estes gestos entendes?


Somos as cenas cortadas de um filme chocantemente aborrecido que já ninguém vê, e que quem viu diz que poderia não ter sido tão mau. Caem as audiências na tua vida - e, está claro, na minha - e Deus apaga a televisão para se ir deitar. Faz-se tarde.
Pedro Antunes

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Calada




Jurar um dia de silêncio pelas mensagens não percebidas. Comunicar a todo o instante que estamos vivos e ninguém se conforma com isso. Praticar o código morse nas pestanas, mentir a sorrir com todos os dentes que se tem. Brincar às palavras sentidas. Cruzar os braços, as pernas e os ouvidos, para que ninguém, nunca, consiga magoar-nos a sério. Colocar ansiedade no lugar da língua e cuspir os medos, os pesadelos e nunca as palavras que morrem por elas, no vento que as deseja como ninguém. Como eu as odeio. Como eu as matava, se pudesse, só para que alguém me entendesse a mensagem, o silêncio. A noite e o preto.


(imagem do filme O escafandro e a Borboleta)



Cláudia Alves

Meine Damen und Herren

O que eu tenho a comunicar é muito simples. O melhor da vida são a família e os amigos. E eu gostava de poder conservar todos e que sejam muito velhinhos quando morrerem, e todos ainda meus.

Gostava de pedir desculpa a todos aqueles a quem já magoei, mesmo aos que mereciam, porque é sempre bonito e hipócrita pedir desculpa nessas alturas também. Mas a noite hoje é de pensamento e sentimento positivo, portanto resta-nos o silêncio e ficarmos vidrados na relação que nunca deverá finar...

Na verdade, quereria sempre poder fazer o melhor pelos meus amigos que merecem e querem que faça o melhor por eles, fazendo o melhor por mim. Da família não falo hoje, apesar de ser o melhor da vida também, mas esses aturam-me por contracto, temos pena.

Eu gostava era de transformar esta motivação toda em algo concreto, mas quem antigamente sonhava comigo, já hoje o faz de forma diferente, já não me visita durante noites de grande êxtase onde se brinca com fogo de artifício. Ah, e há que dizer que não sou suficientemente autónomo para sonhar a solo. Busco por ajuda em todos os cantos, mas por indisposição, indisponibilidade ou indiferença, ninguém me socorre. Há um tempo certo para tudo...

Eu gostava era de ser venerado, um dia. Eu gostava de ver as caras das pessoas ao lerem isto. Pensando bem, já as conheço todas, não somos assim tão grandes, nem pouco mais ou menos. Nem nada em que meto a mão (deus perde a virtude). Eu gostaria de ter comentários a dizer: 'percebi onde queres chegar com o comunicado'. Se houver alguém assim, que me esclareça por favor, pois eu... eu não entendi. Ah.

Meine Damen und Herren, fickt euch =).



Eduardo Rilhas

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

comunicado

Engraçado calhar neste tema...

Venho desta forma comunicar vos, com muita pena minha que, vou deixar o blogue. Infelizmente o trabalho da faculdade e os horarios a cumprir nao me permitem continuar. Peço desculpas aos restantes membros do blogue e aos visitantes. Contudo vou ainda tentar fazer o ultimo post destes cinco temas.


Para os interessados (se houver) estarei aqui:
http://www.gameirostudio.blogspot.com/



por Gonçalo Gameiro

domingo, 15 de novembro de 2009

sábado, 14 de novembro de 2009

Crónicas do Falso Messias: Relações

(continuação de:http://blogdeummadman.blogspot.com/2009/07/cronicas-de-um-falso-messias-ep1.html)


O falso messias ainda anda na escola, mas as suas presenças são raras e especiais. Devido à sua missão, anda desligado dessa instituição, não respeitando horários e avaliações, entre outras coisas. Por isso, todo o santo dia, a sua mãe esmaga-lhe o juízo, com reprimendas do mais banal e vulgar, que qualquer pessoa ouviu na sua adolescência. Enquanto os adjectivos são cuspidos da boca da mãe, tais como irresponsável e despreocupado com pontualidade e assiduidade, ele remete-se ao seu canto silencioso, pois a figura da sua mãe é uma autoridade implícita . Conquanto a sua mente questiona-se, Jesus também aturava sua mãe?

Mas hoje, não quer saber. A sua namorada terminou o curso, só isso interessa.


Tiago Gameiro

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Don't


Ao andar pela rua, sinto que não ando e que é a rua que anda à minha volta. É como se vivesse num tapete rolante, e houvessem fios enrolados à volta dos pulsos e dos tornozelos, fios controlados por alguém que, pobre coitado(a), não arranjou mais nada que fazer nesta vida chuvosa e aborrecida. E então, eu que pense que ando e que me movo, que vou rezar às igrejas que eu quero e que entro nos espaços que eu gosto, parando de vez em quando para chorar (porque, no fundo, sinto os fios a apertar, e simplesmente não me apetece acreditar que os há) num jardim que eu escolhi. Mas não escolhi nada - pensamento mórbido, para não dizer fatal -,é a camuflagem que me guia, sou camaleão para que alguém me queira em cima do seu ramo. Olhem para mim. Sou aquilo que quiserem, mato-me todos os dias e ninguém diria, ninguém diria.


Palavras que tantas vezes não abraçam aquilo que quero dizer, apressando-se a camuflá-lo com metáforas, perífrases, eufemismos ou silêncios, e a ideia, o sentir, o pensar, o querer, ficam cá dentro. Eu fico cá dentro. Porta fechada, do not disturb. Deprimido? Não, caro amigo, reprimido. Se eu for para onde quero, não vou por aí. Se eu disser o que penso, sou assassinado. Se eu me deixar levar, é o abismo que me leva e engole. Por isso, reprimido, sim, mas vivo e são, sem dever o que quer que seja a quem quer que seja, com a vida escrita numa lista de coisas-a-fazer, sem me fazer lutar nem pensar muito em coisas-que-não-são-para-fazer. E é isto. Reprimido, mas vivo. Cá estamos, não é verdade? Eu queria dizer mais, mas não me deixam porque já cansa.


Pedro Antunes

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Livre



Sei lá. Quer-me parecer que os pensamentos já não são meus, nem as conversas, nem as gargalhadas histéricas com que me sirvo, nem tudo, nem nada. Que os lugares ocupados estão demasiado vazios e os vazios, demasiado quentes. Que volta tudo de lá do fundo, me bate na cabeça e volta para a prateleira, sem que eu peça nada - dores de cabeça. Cefaleias, mesmo, ordenadas por outrém.
Na mesa do fundo do bar mais claro do sítio, eu escrevo que
No fim é sempre isto, esta sensação de nunca cá ter estado, de nunca ter achado uma percentagem considerável de mim, por aqui. Esta falta de palavras são silêncio a menos, paz a menos e muito menos do que alguma vez desejei. Nunca fui eu por três anos seguidos, vivo num vaivém, marco as desculpas - quantas mais, melhor - como se elas tivessem sido as impostoras de uma vida, fossem elas as viventes e eu, nunca, a sonâmbula. Então, dá-se o fim, então não me encontro, não agora, em encanto algum deste espaço de três anos.
O Guerreiro, Justo e Brilhante, mendiga-me o sangue para o pequeno-almoço. Azar o dele; eu hoje acordei viva.
.
E mal posso esperar pelo caminho de fora da janela.


Cláudia Alves

terça-feira, 10 de novembro de 2009

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by Gonçalo Gameiro

domingo, 8 de novembro de 2009

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Às vezes o mais importante não é o conteúdo da mensagem em si, mas sim aquilo que não se diz nos espaços que ficam em branco.
Marta Jacinto

sábado, 7 de novembro de 2009

Pessoas


Por Tiago Gameiro

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cicatriz


Ele já caminhou por estradas e vales, umas vezes sozinho, outras acompanhado, e já escapou à morte por várias vezes, uma mão lavando a outra e sujando a de alguém que o mereça. Curiosamente, quando a morte vinha, era enviada por quem dizia que o acompanhava - qual não foi o seu espanto ao contar as cicatrizes nas costas, umas que se lembrava de onde vinham, outras que podia jurar que não tinha no dia anterior, e ainda umas que gostava de coçar em noites frias e nem sabia que eram cicatrizes - mensagens de alguém, algo, um Deus maior talvez, ou um tal de Destino, ou mesmo a simples e doce estupidez que é condição humana de quem tem alma, que lhe haviam chagado as costas. Lembretes de uma vida que passa, subtil e a correr, avisos de quem se farta de avisar.


Por isso, ele partiu outra vez, desta feita sozinho e bem acompanhado. E não venham dizer que foi engolido pelo egoísmo, que só pensava nele, que precisava, tinha de ter alguém, que a união faz a força. Porque a Morte nunca mais o visitou. E quando voltar, não será a traição encapuçada cuja silhueta jaz nas suas costas, formada por todas as cicatrizes, como um símbolo de culto além-vida. Será uma mulher de branco, cabelos negros, sorriso reconfortante e mãos macias que se unirão às suas enquanto as nuvens sussuram "És livre e estás limpo".


E o céu era o limite.
Pedro Antunes

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Errare



A verdade mais básica na nossa vida: somos demasiado imperfeitos e minúsculos para não nos atrevermos a perdoar.

Cláudia Alves
(imagem encontrada em adeusdoporto.blogspot.com/2008/09/imperfeito.html)

Mensagem

NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!



Fernando Pessoa

em

Mensagem

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

domingo, 1 de novembro de 2009

Phobic Claustrum

Roxy Club @ Cabanas










I'm claustrophobic. I'm not an extreme case, because I can do, although I don't like, things that extreme claustrophic sufferers can't.

But whatever... The last attack I had was on a party, with a lot of persons dancing in the same way, blinking lights and a lot of smoke, it was really awful, I felt like I was tied up, and all I wanted was to rip out the rope that I was tying my neck. Really awful experience...

This picture wasn't taken on that specific party, but all discos mean the same to me. So...bah.

Marta Jacinto