
Aprende de uma vez que eu nunca te hei-de servir de xaile ou de qualquer pano-tecido que proíba às pedras da calçada de escrevinharem nos teus pés. Enquanto fores cego com intenção e não quiseres aprender a receber e a sorrir, talvez nem de mim precises... nem para mim olhes, porque eu, eu talvez nem seja suficiente + interessante para preencher os teus silêncios noctívagos e paranóicos.
E depois falas-mede idade! Também eu tive a idade de brincar e de ser boneca, de me arrancarem as pernas e a cabeça, à procura de uma suposta perfeição. A maturidade não tem resposta matemática. Esta antes vive na acção posterior ao momento em que nos apercebemos que também a brincadeira mata, que também ela esfola, que ela é a dona e senhora dos nossos cantos mais podres. Pedagogia insensata, a noção de didáctica da sociedade do foge ou mata.
Gosto de ser desinteressante, pelos menos ninguém me chateia.
Cláudia Alves
(Fotografia encontrada, não minha)
2 comentários:
Deves gostar de ser desinteressante deves :P Principalmente tendo em conta que falhas redondamente :P
Agora a sério, belo texto, como já era de esperar. Frase do ano : "A maturidade não tem resposta matemática." Muito bom.
:)****
Não sei se é por ser teu namorado, mas, para mim, se há algo que tu não és é ser desinteressante.
O teu texto deu-me vontade de ver um filme do Michel Haneke, Brincadeiras proíbidas - versão original.
Enviar um comentário